segunda-feira, 9 de junho de 2008

Até o outro dia

Os punhos dóem
Mãos quase não fecham

A dor da falta

Do movimento

Do tormento

Sem força


Nem mesmo pra apertar os dedos

Ao encontro da palma

Cravando as unhas

Com desespero da falta

Quase sem força

Respiração pesada e sem ritmo

Quase sem mexer
Músculos trêmulos e contraídos

Preciso dormir

Preciso deitar e ficar lá até amanhecer


Até criar cãimbras nos nervos do pés

Até vir o sonho ruim e me despertar

Quase sem força

Nem levanto da cama

Sem força

Nem me mexo nela


Quase sem força

Nenhuma lágrima

Até o outro dia

Quando a chuva passar

Quando o sol raiar

Quando ouvir novamente aquele passarinho

O que tem um ninho em minha varanda


Pronto

Cá estou

Em pé

Sol na cara

Quase sem força

Em pé e pronta pra um novo verão