quinta-feira, 24 de abril de 2008

Só isso, mais nada

Faz muitos dias que eu não publico nada aqui.
Mas o que me faz querer colocar algo para tanta gente ver/ler?
Bem, eu penso que deva ter algum conteúdo, no mínimo interessante para fazer com que as outras pessoas parem de fazer o que estão fazendo para ler o que eu escrevo. Mas, e se eu não tiver nada de interessante para falar? E se o meu interessante não for o teu interessante? E se as minhas opiniões não forem as mesmas que as tuas?

Viva a diferença!!!!


Eu não tinha nada de interessante para escrever aqui hoje. Mas como vocês podem pensar que eu sumi do mapa (dos blogues), cá estou para dar um sinal de vida.
Espero que isto te interesse :P

Só isso, mais nada!

Para constar: quando eu tiver algo interessante para falar, volto aqui, ok?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Duas almas, uma vida




Assistindo o filme O PIANISTA, de Roman Polanski só confirmei, mais uma vez, a minha convicção sobre o ser humano. Nascemos bons ou nascemos maus.

Impressionei-me, talvez mais com que todo o resto do filme, com a cena em que Wladyslaw Szpilman, interpretado por Adrien Brody toca piano para o oficial alemão Wilm Hosenfeld, interpretado por Thomas Kretschmann, dentro de seu esconderijo, no gueto de Varsóvia. Um polonês judeu e um oficial nazista do exército alemão: a mesma alma. Enquanto Spzilman tocava para o oficial (por isso, sua vida foi poupada), fiquei pensando em como Hosenfeld agia perante sua tropa, perante as ordens de extermínio que recebia, perante toda a crueldade que já conhecemos desta Guerra. Teria ele se corrompido alguma vez? Teria ele assassinado alguém, a sangue frio como mostrava outras cenas do filme e de todos os outros filmes e documentários já vistos sobre este assunto? Não sei, não acredito nisso.

Ali, naquele esconderijo surgiu uma alma bondosa. Alguém que tinha a graça da bondade. Por isso, Szpilman foi salvo. O pianista, com toda certeza, se tivesse podido, teria feito o mesmo pelo oficial. Mas o alemão não pôde esperar, mataram-no antes. Hosenfeld morreu glorioso. Não diante dos olhos de uma nação, mas aos olhos de quem pôde sentir sua alma e sua intenção, mesmo que fosse somente diante daquela atitude de bondade para com o pianista.

Mais uma vez, mesmo que baseada numa obra de ficção, igualmente baseada em fatos reais, acredito na graça. Sim, aquela Graça que Santo Agostinho cita: “para salvar o primeiro elemento, tende a descurar o segundo”. Nascemos bons ou nascemos maus e conciliamos a causalidade absoluta de Deus com o livre arbítrio do homem.

Szpilman era bom. Hosenfeld era bom. E suas almas se encontraram para que uma delas fosse salva. E assim, que fossem salvas mais e mais com a sensibilidade e bondade deste pianista através de seu dom.

(Imagem da cena em que o pianista toca para o oficial)

terça-feira, 8 de abril de 2008

O dia em que verei The Doors



Sábado, dia 12 acontece em Porto Alegre a apresentação de alguns músicos, cuja formação vem sendo mencionada como The Doors. Ray Manzarek e Robbie Krieger, da formação originial da banda estarão presentes. John Densmore não virá: azar o dele. Jim Morrison, deverá estar se revirando em seu túmulo tão florido e cultuado. Mas no bom sentido, pois Morrison queria mesmo era ser ouvido. E acho que ele conseguiu o que queria em sua plenitude. Suas canções estão imortalizadas em papéis, em paredes, em portas de banheiros, em qualquer lugar que alguém possa atingir enquanto está a idolatrar as suas músicas.

Conheci The Doors há muitos anos e suas músicas me fascinaram, como devem ter fascinado a todos vocês que lêem agora este artigo. Tive, pelo menos umas três ou quatro paixões por causa de Doors. Garotos que eu conheci, e alguns vestiam-se com camisetas da banda, outros, escreviam poemas inspirados em suas canções, ou simplesmente por causa de comentários sobre o filme de Oliver Stone.
The Doors é uma das bandas de maior representação da minha vida. Foi com eles que eu aprendi a decifrar o que havia dentro do meu cérebro e coração. Foi com eles que eu aprendi, verdadeiramente a ouvir música em sua essência, baixando o volume enquanto ouvia The Crystal Ship para apreciar cada acorde, cada entonação da voz de Morrison e, com o volume baixo, forçando a audição e fazendo com que aquilo penetrasse em mim.
Assisti ao filme, pelo menos umas dez vezes. Sem exageros. E cada vez que o via, tinha sensações diferentes, mas igualmente intensas.
Doors era trilha sonora de nossas festas de adolescência. Talvez inspirados na cultura que Morrison idolatrava, dançávamos como xamãs no final de cada encontro da turma. Roadhouse Blues era a saideira. Que saudades!
Foi difícil escolher um vídeo que representasse o que mais gosto em The Doors. Mas gosto, além de sua poesia, da força, do toque intenso de seus instrumentos. Gosto das batidas, do órgão de Manzarek, dos gritos de Jim Morrison, da lentidão, da rapidez... Waiting for the Sun é uma das músicas que consegue me atingir dessa forma.

E é assim que faço hoje, ouço The Doors como forma de castigo, como forma de tortura para não deixar passar em branco esse show que Manzarek, Krieger e convidados farão. Ambos estarão lá pelo respeito que têm pelos fãs da banda. Ambos estarão lá pelo amor que têm por Jim Morrison. E ambos estarão lá para fazer com que sintamos a essência da verdadeira música, com sentimentos, poesia, ritmo e consistência de vida.
Aguardo, ansiosamente por este momento.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Sublimação de José Gonzalez


"Nascido e criado em Gotemburgo, Suécia, José Gonzalez é filho de argentinos, canta em inglês e sua música lembra o que seria um folk a lá Nick Drake com João Gilberto. Suas influências contemporâneas são Elliott Smith, Joe Pernice e Kings Of Convenience, mas sua voz traz lembranças de cantores clássicos da história da música pop como Mark Eitzel e Mark Kozeleck. Seu primeiro disco, Venner foi lançado em 2003".

Bem, este é um trecho da descrição de José Gonzalez usado na LAST FM. Mas quero dar um destaque especial ao disco In Our Nature, lançado no ano passado. Conheci José Gonzalez através de um grande amigo nordestino, muito crítico e conhecedor de boa música, Theo Alves.

Ele havia me passado algumas canções deste sueco-argentino e eu adorei de cara. Hoje, não sei porque cargas d´água achei o disco na internet e acabei baixando inteiro.

Caramba! Como foi que perdi tanto tempo sem ouvir esse disco na íntegra?

José Gonzalez consegue ser suave e tocante ao mesmo tempo. A alquimia de sua música, com ares latinos, meio bossa nova, com mescla de batuque... é simplesmente lindo!

Escolhi um videozinho forte da canção Teardrop, coincidentemente a primeira canção de Gonzalez que eu ouvi.

Está aí, talvez eu esteja atrasada no comentário sobre o disco, mas atual nos elogios. Eu poderia ouvir esse disco daqui há 50 anos e continuaria usando a mesma expressão para ele: sublime!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

"Sem dizer" e sem burocracia



É engraçado como muitas pessoas esbarram na burocracia. Chamo de burocracia toda forma de se limitar a fazer algo, pelo simples fato de não ter as condições que se acha necessário para uma realização. Seja ela qual for.

Hoje pela manhã, meu amigo Éver, do blog Solo Urbano mostrou-me um videozinho, da Insonia Produções que foi feito com toda simplicidade do mundo. Sem recurso nenhum, mas que teve um resultado bárbaro. Texto, trilha sonora, atuação e intenção... sem recursos faraônicos, a trupe passou seu recado "sem dizer" muito além disso.
Apreciem sem moderação.