terça-feira, 8 de abril de 2008

O dia em que verei The Doors



Sábado, dia 12 acontece em Porto Alegre a apresentação de alguns músicos, cuja formação vem sendo mencionada como The Doors. Ray Manzarek e Robbie Krieger, da formação originial da banda estarão presentes. John Densmore não virá: azar o dele. Jim Morrison, deverá estar se revirando em seu túmulo tão florido e cultuado. Mas no bom sentido, pois Morrison queria mesmo era ser ouvido. E acho que ele conseguiu o que queria em sua plenitude. Suas canções estão imortalizadas em papéis, em paredes, em portas de banheiros, em qualquer lugar que alguém possa atingir enquanto está a idolatrar as suas músicas.

Conheci The Doors há muitos anos e suas músicas me fascinaram, como devem ter fascinado a todos vocês que lêem agora este artigo. Tive, pelo menos umas três ou quatro paixões por causa de Doors. Garotos que eu conheci, e alguns vestiam-se com camisetas da banda, outros, escreviam poemas inspirados em suas canções, ou simplesmente por causa de comentários sobre o filme de Oliver Stone.
The Doors é uma das bandas de maior representação da minha vida. Foi com eles que eu aprendi a decifrar o que havia dentro do meu cérebro e coração. Foi com eles que eu aprendi, verdadeiramente a ouvir música em sua essência, baixando o volume enquanto ouvia The Crystal Ship para apreciar cada acorde, cada entonação da voz de Morrison e, com o volume baixo, forçando a audição e fazendo com que aquilo penetrasse em mim.
Assisti ao filme, pelo menos umas dez vezes. Sem exageros. E cada vez que o via, tinha sensações diferentes, mas igualmente intensas.
Doors era trilha sonora de nossas festas de adolescência. Talvez inspirados na cultura que Morrison idolatrava, dançávamos como xamãs no final de cada encontro da turma. Roadhouse Blues era a saideira. Que saudades!
Foi difícil escolher um vídeo que representasse o que mais gosto em The Doors. Mas gosto, além de sua poesia, da força, do toque intenso de seus instrumentos. Gosto das batidas, do órgão de Manzarek, dos gritos de Jim Morrison, da lentidão, da rapidez... Waiting for the Sun é uma das músicas que consegue me atingir dessa forma.

E é assim que faço hoje, ouço The Doors como forma de castigo, como forma de tortura para não deixar passar em branco esse show que Manzarek, Krieger e convidados farão. Ambos estarão lá pelo respeito que têm pelos fãs da banda. Ambos estarão lá pelo amor que têm por Jim Morrison. E ambos estarão lá para fazer com que sintamos a essência da verdadeira música, com sentimentos, poesia, ritmo e consistência de vida.
Aguardo, ansiosamente por este momento.

9 comentários:

Denise Machado disse...

Então! Difícil falar dele. Morrison pra mim foi o grande poeta de todos os tempos. Já quase apanhei por dizer que prefiro ele a Renato Russo, por exemplo. E, brasiliense que sou, fui considerada criminosa. Amo The Doors. Acho que se eu estivesse em POA não iria. Tenho certa mágoa de como os integrantes da banda, razoáveis músicos, normais, enriqueceram às custas de Jim e não cuidaram dele, um menino, na época em que ele mais precisou.
E Pamela? Não iria também. Eu me coloquei assim, tipo Pâmela? Normal. Se eu pudesse escolher nascer de novo, seria ela.
Seu texto está ótimo, senti-me muitas vezes nele, apenas não concordo quando diz que Jim Morrison reviraria no túmulo. Ele nunca esteve nem aí pra nada.

Meu blog disse...

Obrigado, Cecilia, pelo comentário no meu blog. The Dorrs é muito bom mesmo! Eu tinha um cd deles do inicio da carreira faz um tempo. Não sei pra quem eu emprestei, porque nunca mais apareceu. Cds são coisas que nao deviamos emprestar né?:P
Você conhece Genesis (com vocais de peter gabriel)? Se não, procure conhecer. Não é da mesma época, de um pouco depois, mas é um grande vocalista e lider de banda, influenciou muita gente depois no rock! Gosto dele pra caramba!
Abraço
Continue postando coisas boas também!
http://muitaspalavras.blogspot.com/

Uma certa cecilia disse...

Denise. Obrigada por passar aqui. Tuas palavras têm sempre um senso crítico bacana. Mas bem... discordo de ti no ponto em que diz que os demais músicos do grupo são razoáveis. Bem, para terem trabalhado com Jim, no mínimo eles têm um senso literário e poético grandioso. Adoro as intervenções de Manzarek nos monólogos de Jim. Ouvi ainda ontem no CD Waiting For the Sun...
O fato é que, me vi no lugar de Pamela muitas vezes também. Quando falo das paixões lá no texto, não minto e as tive intensas. Uma delas, foi cópia fiel da história de Jim e Pamela durante um período. Meu "jim" também morreu e sinto sua falta até hoje. Quero ver Manzarek e Krieger, talvez pelo fato de sentir a existência dessa atmosfera de perto, sabe? Ver os caras que conviveram com o poeta dos poetas, senti-los... acho que é mais ou menos isso.
Obrigada mais uma vez, Denise!


E Fellipe, agradeço tb a visita e, com certeza conheço Genesis. Meu pai tem alguns vinis deles.
Um beijo grande!

Tyago de Paula Ferreira disse...

Queria eu poder estar lá tbm..
Passando aqui pra agradecer a visitas e os elogios ao meu blog!
Obigado!
Volte sempre que der. Será sempre bem-vinda!
Abraço...

Dedinhos Nervosos disse...

Eu confesso que só fui conhecer melhor a banda depois que vi o filme. E daí fui vendo, pesquisando, ouvindo... mas acho que ele era a alma da banda, não só por ser o vocalista, mas por conta da personalidade e carisma. Então, como a Denise, acho que também não veria o show.
Seu texto é ótimo.
Bjos.

ED CAVALCANTE disse...

DOORS, MINHA N~EGA, EU SEMPRE TIVE UM POUCO DE RESISTÊNCIA PARA COM ESSA BANDA. TENHO UM AMIGO QUE DIZ QUE EU VOU PRO INFERNO PORQUE NÃO GOSTO DELES E DO LED ZEPPLIN. NA VERDADE EU RESPEITO MUITO ESSA BANDA POR CAUSA DAS LETRAS DO JIM. COMO MÚSICO EU NÃO AGUENTO UMA BANDA SEM BAIXO. SOA ESTRANHO AOS MEUS OUVIDOS. AGORA, LENDO O SEU POST EU PUDE ATÉ VER O BRILHO NOS SEUS OLHOS AO DESCREVER A PAIXÃO QUE VC SENTE POR ELES. SEI O QUE É ISSO, SOU ASSIM COM OS BEATLES,NÃO DÁ NEM PRA FALAR!

Uma certa cecilia disse...

Ed, meu querido. Tenho visto comentários teus em outro blogs e tenho te respeitado por isso. Senso crítico de primeira.
Bem, quero deixar registrado que não sou fã frenética de Doors. Eu simplesmente a considero importante devido a vários fatores - talvez por isso tenha "notado" o brilho nos meus olhos. Eu acredito e defendo a importância de Jim Morrison na banda. Ele era a alma dela, mas respeito os demais músicos também. Sou hiper fã de Beatles também.
Bem, quanto ao baixo, confesso que é a única banda da qual eu não sinto falta, talvez por causa do órgão e teclados do Manzarek, compensam essa falta. Sou um pouco resistente a teclados, mas em Doors, curto pra caramba.

Uma certa cecilia disse...

Foi como eu previa! Simplesmente demais!
Minha voz ainda não voltou, cantei pra caralho e senti os caras mesmo. Aquilo parecia mais uma cerimônia em homenagem ao Morrison... grandes clássicos, grande apresentação!
Demais, demais! Sem mais palavras pra definir!

Unknown disse...

Uau guria!!! olha só, eu procurando coisas sobre os doors e veja só o que encontrei. Demais... Bom saber que não sou o único profundamente fascinado por Doors que existe, mas que existem alguns seres iluminados por ai, como vc Cecilia, àlias, adorei seu nome, que tbm veêm a profundidade daquela música loucamente subversiva, cósmica e delirante. Um beijo no seu coração puramente iluminado e ahhh... vc suscitou em mim as melodias de Lovestreet e Indian Summer... Até algum dia "certa Cecilia"

Hummmm, vc tem msn?

"Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito."